Palácio Duques de Cadaval
Visitar o Palácio Cadaval é sentir de perto aquela que é também a História da portugalidade. Berço e propriedade da família dos Duques de Cadaval, desde a sua fundação, no século XIV, até aos dias de hoje, o Palácio nasceu sobre as ruínas de um Castelo Mouro, no coração da cidade de Évora, e soube prolongar-se no tempo em toda a sua essência através de programas de intervenção cuidados.
Situado em frente ao Templo Romano, o Palácio é um exemplo singular no património arquitetónico do país, resultando da fusão dos estilos mudéjar, gótico e manuelino. O corpo do edifício integra uma vasta área residencial de vários pisos, dois jardins interiores e uma igreja que é também panteão de todas as gerações da família dos Duques de Cadaval. A igreja constitui, de resto, uma referência nacional pelos seus grandiosos interiores onde imperam painéis de azulejos assinados e datados do início do século XVIII.
Martim Afonso de Melo, fidalgo servidor do Mestre de Aviz e descendente da família real portuguesa, mandou erguer o edifício, designado na altura de Palácio da Torre das Cinco Quinas, tendo sido residência temporária dos monarcas Dom João II, Dom João IV e Dom João V. Foi também neste Palácio que esteve prisioneiro Dom Fernando II, Duque de Bragança, acusado de conspiração contra o rei Dom João II e depois decapitado na Praça do Giraldo, em Évora, em 1483.
Hoje o Palácio permanece a residência dos Duques de Cadaval, embora a igreja e parte das salas estejam abertas ao público ao longo de todo o ano, exibindo uma coleção de peças históricas e contemporâneas da família – livros, forais, armaria, pintura, escultura, mobiliário, porcelana, retratos e acessórios de viagem, entre outros –, ao mesmo tempo que se recolhe e dá lugar, temporariamente, a diversas exposições internacionais de caráter cultural e artístico.